Em entrevista à revista Essencial de setembro/outubro de 2011, Magda Geyer Ehlers fala sobre o papel do RH quando os laços na empresa são de sangue. Diz que o profissional de Recursos Humanos tem acesso direto à cultura e a valores da família. Isso se torna um diferencial na contratação e no relacionamento interpessoal, pois os valores ficam mais claros e tangíveis. Sendo assim, uma das principais missões do Recursos Humanos em uma organização com essa característica é adaptar os colaboradores à cultura familiar em um nível que seja satisfatório para a família proprietária.
Apesar de a maioria dos gestores de RH nas empresas familiares não serem membros da família, Magda explica que quando isso acontece, dá-se um conflito ético delicado. O RH não pode ser visto como um mediador entre os membros da família. E se essa pessoa é da família, a confusão de papéis pode ser grande, comenta. Ela explica que o ideal é que o indivíduo consiga se isentar da condição de familiar no seu papel profissional, pois assim usufrui do fato de que ele está imerso nos valores e cultura da organização, tendo um entendimento pleno para poder desempenhar a função.
Para os membros da família que têm o desejo de fazer carreira na empresa e assumir a direção, o requisito mais importante é a capacitação. Ou seja, é preciso que os colaboradores entendam que o gestor está no cargo não só porque é da família, mas porque é capacitado. Esse é um ponto fundamental para o bom clima da organização, diz Magda.
No Brasil, chegar à quarta, quinta ou sexta geração ainda é raro. São poucas as empresas com mais de 100 anos. Combiná-las é sempre um desafio. Quando os conflitos chegam ao profissional de RH, Magda alerta: Identifique o problema e, se necessário, procure uma consultoria. Mas nunca se envolva diretamente. E finaliza: Quem quer especializar-se nesse tipo de organização precisa entender sobre empresa familiar para desempenhar bem o papel estratégico do RH dentro dela.
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