quinta-feira, 2 de junho de 2011

ARTIGO CADERNO DE EMPREGOS E OPORTUNIDADES - 15/05/2011




Sucessão, processo permanente

Magda Geyer Ehlers*


O tema Empresa Familiar tem sido motivo para debates, seminários, cursos e intervenções dos mais variados profissionais, dentre eles advogados, psicólogos, administradores, filósofos, engenheiros, psicanalistas, contadores e tantos outros que tangenciam o processo de gestão nas empresas.
A empresa familiar está em voga porque representa um grande desafio para as famílias empresárias que pretendem manter suas empresas como patrimônio familiar. Sabe-se que o processo de sucessão é complexo, e que, atualmente, tem-se muitas formas de administrar uma empresa mantendo a família e os profissionais em perfeita harmonia. Basta que os familiares tenham competência profissional para ocupar as posições requeridas, tenham claros os critérios de escolha para ingressarem na empresa e que não haja privilégios em detrimento aos profissionais contratados. As informações da área vêm tornando o processo cada vez mais preventivo e agregam valor ao patrimônio.
Para que a sucessão e a profissionalização aconteçam, é necessário um processo organizado de gestão corporativa, em que o capital, os negócios e a família são atendidos num conjunto de combinações que geram um acordo familiar, composto de regras claras para a administração do capital com mecanismos de proteção e desejo expresso de gestão sobre ele.
A família que se encontrava misturada com a empresa, passa a ter um lugar privilegiado durante o processo de sucessão, pois começa a dar atenção para a integração familiar, para os projetos de vida e de carreira dos herdeiros, levando em consideração os desejos e habilidades individuais.
Parece fácil, mas é complexo, porque lida-se com emoções e bens intangíveis. São gerações que se misturam e nas quais nem sempre o trabalho e o esforço são percebidos da mesma forma.
Os profissionais que acompanharam a construção da obra comportam-se como se donos fossem comprometidos e arraigados, tendo em muitos momentos insegurança com a sucessão, o que é bem natural. Existe lugar para todos, num cenário organizado e numa economia aquecida. Há que se saber o que a família proprietária quer. Qual o seu desejo efetivo de continuar com a empresa e o quanto madura está para separar os interesses familiares que divergem desse foco.
As combinações referentes ao sucessor nas empresas são igualmente importantes de serem trabalhadas. Para isso se traça o perfil, pré-requisitos de qualificação, remuneração, formação e regra de saída, caso não tenha êxito no cargo. Seria ingênuo pensar que os profissionais de uma empresa não observam os familiares e possíveis sucessores. Cabe à família preparar seus descendentes, para a carreira como executivo ou para o papel de acionista, iniciando a educação dos herdeiros desde a infância.
O conhecimento das novas gerações sobre as origens da família, do patrimônio e de organizações contribui de forma efetiva para a continuidade dos negócios familiares, tendo em vista que a sucessão não é apenas um episódio e sim um processo permanente. Uma família bem administrada cuidará do que é seu, porque faz parte do amor valorizar, zelar e manter os bens tangíveis e intangíveis.
Há que se ter competência para profissionalizar as relações societárias, separando os interesses conflitantes e convergindo as habilidades. Uma empresa bem administrada trará frutos para a família que aplicará os recursos em diferentes projetos, abrindo caminhos para todos que se prepararam para fazer parte dessa história de sucesso.


* Psicóloga, consultora de empresas
familiares e sócia- diretora do Instituto
Sucessor e Geyer Ehlers & Associados

IBGC - CURITIBA




A 6ª edição em Curitiba do Curso de Governança Corporativa em Empresas Familiares, que acontecerá nos dias 14, 15 e 16 de junho, contará com a participação da consultora de empresas familiares Magda Geyer Ehlers  que ministrará o módulo:  O Processo de Sucessão. O curso tem o objetivo de apresentar as Melhores Práticas de Governança Corporativa para empresas de controle familiar, discutir conceitos relacionados a administração de empresas familiares, incluindo o relacionamento das famílias com as companhias e enfatizar a importância da criação de fóruns específicos para a discussão e resolução de assuntos societários e administrativos de empresas com controle familiar.
Informações: 54 3022 5035 - ibgcparana@ibgc.org.br / http://www.ibgc.org.br/

SAVE THE DATE - FÓRUM DE SUCESSORES 25 DE AGOSTO DE 2011

O Instituto Sucessor está programando mais um Fórum de Sucessores para este ano. A data prevista para o evento é dia 25 de agosto e será realizado no Hotel Blue Tree Towers.
Agende-se!

REGISTRO DO FÓRUM DE SUCESSORES





O Fórum realizado pelo Instituto Sucessor, contou com a coordenação de Magda Geyer Ehlers e as apresentações do consultor Ricardo Maltz, Janaína Miotti e Gustavo Miotti das empresas Soprano, David Randon e Sr. Raul Randon das empresas Randon. Os presentes tiveram a oportunidade de ouvir relatos sobre gestão e sucessão em empresas familiares, além de compartilhar trocas de experiências.









FÓRUM DE SUCESSORES

No último dia 19 de maio, ocorreu o Fórum de Sucessores no Hotel Blue Tree Towers, em Porto Alegre. O evento iniciou-se com uma saudação de Magda Ehlers a todos os presentes e um breve panorama sobre a história da Consultoria Geyer Ehlers e da Fundação do Instituto Sucessor.
Em seguida, o Consultor e Conselheiro de Administração Ricardo Maltz, mestre em gestão empresarial, continuou os trabalhos apresentando resultados de sua dissertação. Intitulada “Paradigma da empresa versus paradigma da família e a sucessão em empresas familiares: fatores que obstaculizam o processo sucessório e colocam em risco a perenização da empresa familiar.”, a pesquisa apresentou conceitos sobre empresa familiar, a importância do entendimento acerca dos paradigmas da família e da empresa e os conflitos daí resultantes, bem como o contexto da sucessão e seu impacto tanto no sucedido como no sucessor e no grupo ao redor. Após a apresentação, os participantes dirigiram-se ao coffee break, que se constituiu numa oportunidade de trocas entre os presentes sobre empresas, famílias e assuntos diversos. 
O segundo tema do dia foi conduzido por Janaína Miotti e Gustavo Miotti, que falaram ao público sobre sua experiência com a “Sucessão Compartilhada”. Atualmente na liderança da Empresa Soprano, os irmãos contaram brevemente a história da empresa e como vivenciam o cotidiano de uma empresa familiar como gestores, sócios e familiares.   Pontos marcantes na apresentação foram a admiração pelo pai como “um homem que via muito à frente do seu tempo” e a clareza da separação entre os negócios, a família e a propriedade, tendo o conselho de família como um espaço de reflexão e apoio mútuo. Ao final, transpareceu a vontade de perpetuar os negócios com trabalho, fé, simplicidade, confiança uns nos outros e união familiar.
 Finalizando as atividades da parte da manhã, os participantes foram convidados para um almoço no restaurante do Hotel, onde se destacaram comentários sobre a qualidade das apresentações e  troca de experiências entre os presentes acerca do negócio das empresas  contando histórias da fundação, do fundador e das gerações de herdeiros.
A tarde foi preenchida pela palestra do Sr. Raul Randon e David Randon, seu filho e sucessor na gestão da empresa. Ao contar sobre sua trajetória, a fala de Seu Raul foi, a todo instante, permeada pelas características da simplicidade, do empreendedorismo nato e da persistência ante as dificuldades que se apresentaram ao longo de sua vida. Além disso, Seu Raul falou sobre os projetos sociais da Randon, realizados pelo Instituto Elisabetha Randon. Por sua vez, David Randon focou suas palavras no processo sucessório propriamente dito, explicando como se deu o processo de sucessão da primeira para a segunda geração. Nesse processo, ele enfatizou a importância das regras e acordos tanto para a harmonia da família como para o contínuo crescimento da empresa, tendo como principal objetivo a perenização da obra criada por seu fundador e pai.
O dia encerrou-se com um coffee break na varanda do salão. O momento foi de avaliação do evento de forma geral e parabenizações aos palestrantes pela qualidade dos conteúdos apresentados.

FÓRUM DE SUCESSORES